O ex-governador Ricardo Coutinho, do PSB, voltou a afirmar que é vítima de uma trama armada pelo Ministério Público, imprensa e redes sociais, e declarou nesta terça-feira (28), em entrevista revista Carta Capital, de Mino Carta, que todas as acusações contra ele seguiu os mesmos padrões da Lava Jato, a começar pelas prisões por tempo indeterminado. Coutinho voltou a dizer que o seu partido terá candidato e, se for para defender o projeto político que, segundo ele, tentaram sepultar, topa ser candidato a prefeito de João Pessoa. “Acho que a possibilidade de eu concorrer é um dos motivos para, a cada semana, requentarem as denúncias”, disse.
Coutinho comparou a Operação Calvário à Lava Jato, contou que os detidos só eram ouvidos se mostrassem disposição de fazer delações premiadas e afirmou que “a intenção não era investigar nada, mas chegar a mim.” “As palavras mágicas eram Ricardo Coutinho. Conseguiram cinco delações. Todos estão soltos, ninguém usa tornozeleira eletrônica. Um desses delatores, que nunca teve uma reunião comigo, nunca me viu pessoalmente, acabou por dizer: Ricardo Vieira Coutinho era chefe da organização criminosa. Ninguém me chama pelo nome inteiro. Tudo convergiu para sepultar um projeto político”, frisou.
Na entrevista, que pode ser lida aqui, Coutinho falou sobre a possibilidade de ser candidato, registrou que a decisão ainda não foi tomada. “O PSB terá um candidato na capital. Eu só seria se algumas alternativas não decolarem. Temos um tempo para decidir. Acho que a possibilidade de eu concorrer é um dos motivos para, a cada semana, requentarem as denúncias. Não tenho uma penca de banana comprada que não seja com dinheiro meu. Tenho uma única conta bancária. Governei a capital e o estado e a maior acusação contra mim era que sempre fui muito chato, não recebia empresário ou lobista”, completou.
O ex-governador da Paraíba ainda desancou o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a quem acusou de querer “destruir” o país, e disse que o seu afastamento é o melhor caminho. “Não acredito na remissão do Bolsonaro. É uma ilusão acreditar em mudanças de comportamento. Dito isso, só vejo uma possibilidade de afastamento: se o STF ou o Tribunal Superior Eleitoral agirem. Motivos não faltam. Ele cometeu crimes eleitorais e comete crimes sanitários gravíssimos, de forma continuada… O Congresso não vai fazer. Existe um pacto muito ruim para o País. O governo costura um acórdão para ver se chega a 2022. O problema é que o Brasil está destruído. Eles querem insistir no programa do Paulo Guedes, e isso só vai aumentar a miséria. Haverá, inevitavelmente, choques sociais”, disparou.
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