Elizabeth Holmes já foi uma das maiores promessas do Vale do Silício. Ela criou a Theranos, empresa que se propunha a revolucionar os exames de sangue. Com apenas algumas gotas (e sem dor), a startup prometia entregar os mesmos resultados de um exame tradicional. Investidores ficaram tão entusiasmados com a ideia que Elizabeth foi parar na lista de bilionários na Forbes por causa de suas ações na empresa. Poderia ter sido um conto de fadas do setor de tecnologia, mas aconteceu o contrário.
Nesta quarta-feira (14/03), a jovem empreendedora e Ramesh “Sunny” Balwani, presidente da Theranos, foram acusados formalmente de cometer uma “fraude gigantesca” pela SEC — o equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nos Estados Unidos.
Elizabeth também foi proibida de ser diretora de qualquer empresa de capital aberto por 10 anos. Ao concordar com os termos, a empresária não confirma nem nega as acusações contra ela.
Em seu relatório, a SEC alega que a Theranos levantou dinheiro com investidores com base em promessas falsas. A agência diz que a empresa conseguiu “mais de US$ 700 milhões em investimento por meio de uma fraude elaborada e de longo prazo na qual exagerou ou fez declarações falsas sobre a tecnologia da empresa, seus negócios e desempenho financeiro”.
A edição de agosto de 2016 de Época NEGÓCIOS narrou o início da derrocada da jovem. Nem sempre a vida de Elizabeth foi tão difícil. Quando começou aparecer na imprensa em 2013, repentinamente, tornou-se uma estrela. A proposta inovadora da empresa só rendia elogios. A imprensa internacional especializada em negócios e empreendedorismo se referia a Elizabeth como “o próximo Steve Jobs” – e quase sempre em letras garrafais.
Elizabeth Holmes era firme ao repetir: queria revolucionar a medicina. A ideia era fazer centenas de exames com o mínimo de recursos possível e por um preço acessível a maioria das pessoas. Nada de agulhas, só uma picadinha no dedo. Nada de vários tubos de sangue, somente algumas gotas.
Mas depois de uma série de acusações de que seus testes não eram precisos e de que a empresa trapaceava na hora de mandar seus resultados para agências reguladoras, a empresa de Elizabeth perdeu a credibilidade. Desde então, a SEC vem investigando o caso.
Época Negócios
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