Na iminência de uma segunda fase da Operação Calvário, que investiga desvios de recursos públicos pela Cruz Vermelha, filial do Rio Grande do Sul, entidade que administra os hospitais de Trauma, Metropolitano e de Mamanguape, o governador João Azevêdo (PSB) começa a se cercar de algumas precauções, a exemplo da intervenção decretada na gestão dessas unidades de saúde. E não é só isso. A exoneração de Leandro Nunes Azevêdo, assessor da secretária de Administração do Estado, Livânia Farias, seria outra medida profilática.
Leandro é investigado pelo Gaeco do Rio de Janeiro na Operação Calvário e foi exonerado na última semana, conforme Diário Oficial:
O Tá na Área publicou no inicio do mês que uma nova fase da Operação Calvário seria desencadeada e fartos documentos já estariam de posse das autoridades, inclusive tendo como alvo personalidades ilustres, cujos mandados aguardam autorização da justiça para serem efetuados.
Entenda o caso
A Cruz Vermelha do Brasil, filial Rio Grande do Sul, movimentou R$ 1,7 bilhão de contratos firmados entre 2011 e 2018. Deste montante, R$ 930 milhões são fruto do contrato com o Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa.
O empresário Roberto Kremser Calmon foi preso na operação do dia 14 de janeiro em João Pessoa. Ele foi um dos alvos dos mandados das prisões preventivas que levaram toda a cúpula da instituição para a cadeia. Ao todo, o grupo teria desviado R$ 15 milhões de recursos públicos nos contratos, segundo estimativa prévia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A ação contou ainda com as colaborações dos ministérios públicos da Paraíba e de Goiás.
O outro lado
Em nota, o Governo do Estado afirmou que o contrato com a Cruz Vermelha foi firmado em 2011 e renovado em 2012. No ano passado, em nova licitação, a instituição foi vencedora. O contrato atual tem duração até meados do ano que vem. No ano passado, de acordo com o Sistema de Acompanhamento da Gestão dos Recursos da Sociedade (Sagres), do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a empresa recebeu R$ 152 milhões como fruto do contrato. A gestão do Hospital de Trauma, vale ressaltar, é feita via Organização Social, a cargo da Cruz Vermelha.
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