Brasil acima de tudo
Por Ivandro Oliveira
A polêmica sobre a orientação do Ministério da Educação e Cultura para que as escolas estimulem os estudantes brasileiros a cantarem o hino nacional é estéril, contraproducente e malfazeja, mas não soa de todo estranho em se tratando do país do carnaval, diria Jorge Amado. No funesto enredo tupiniquim, claro, não há espaços para coisas sérias, já que tudo pode ser levado adiante com aquele velho ‘jeitinho’ e a malandragem que nos cerca desde os tempos coloniais.
Sem perceber que a propositura do governo Bolsonaro é ancorada numa lei de autoria do deputado Lincoln Portela (PR-MG) e sancionada pelo então vice-presidente no exercício da Presidência, José Alencar, já falecido, os arautos da opinião publicada e aquele ‘seleto’ grupo do abominável ‘Lula Livre’ correram para detonar a iniciativa sob o pífio e risível argumento de que seria um ‘atentado contra a educação’, pasmem!
Certamente, e muito provavelmente, fosse outro o governo, a recomendação do Ministério da Educação para que diretores de escolas públicas e particulares executem o hino nacional não causaria tanta histeria por essas bandas. No país em que exceções acabam virando regras, o respeito às leis é coisa cafona, carcomida e atrasada.
O Hino Nacional nas escolas deveria ser simplesmente obrigatório, já que obrigatório e, segundo a Constituição, o culto dos símbolos nacionais. Quem questiona isso é inimigo da Constituição e do Brasil.
A medida pode até ter um certo exagero, sobretudo no que toca a questão da leitura da carta do Ministro da Educação, contudo, na axiologia do todo, mas é acertada e chega numa hora em que o país precisa e deve resgatar valores depreciados nos últimos anos. A escola é o ambiente perfeito para o exercício do civismo, oportunidade de reflexão e participação, com a expressão de idéias, sentimentos e com a adoção de atitudes que visem resgatar valores como o respeito e a tolerância, ambos muito em falta no país atualmente.
Acredito que cada sociedade, cada pais é composto de pessoas diferentes entre si. É grande a diversidade das pessoas que compõem a população brasileira: diversas etnias, diversas culturas de origem, profissões, religiões, opiniões, todavia os símbolos nacionais são patrimônios imateriais e que devem e precisam ser reconhecidos por todos que se subjugam ao projeto de nação.
O Brasil é maior que os meus ou os seus interesses. Neste sentido, a escola tem inevitavelmente uma função educadora, no sentido de uma educação para a cidadania, a mesma que requer direitos e deveres para TODOS! É com esse sentimento de unidade que o país poderá reencontrar-se como nação que trata os seus cidadãos na medida de suas necessidades e aspirações.
É chegado o momento de resgatar os valores deixados de lado por quem erroneamente acreditou que poderia mudar os destinos de uma nação pelas suas idéias, caprichos e ideologias. Um país só muda quando o seu povo também acompanha os ritmos das mudanças.
Agora, por mais que torçam o nariz, Bolsonaro e o seu governo têm a chancela legal outorgada pelas urnas de vira a página e serem os indutores de atitudes de respeito, liberdade de expressão, consciência ambiental, aceitação das diferenças, amor a Deus, a solidariedade e preocupação com o futuro da sociedade.
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