Duas movimentações no ninho tucano sinalizaram claramente que o candidato do PSDB à Presidência da República deve ser mesmo Geraldo Alckmin. Em entrevista à rádio Bandeirantes, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que não existe qualquer possibilidade do governador paulista não ser o candidato do partido. Ato contínuo, o senador José Serra (PSDB-SP) decidiu que não disputará as eleições deste ano.
A declaração de FHC e a desistência de Serra deixam o caminho livre para Alckmin. Serra era um nome sempre lembrado por seu partido para concorrer ao governo do Estado de São Paulo e até à Presidência da República. “Não vou disputar a eleição para governador nem pretendo concorrer a presidente neste ano. Tenho ainda cinco anos de mandato no Senado, já aprovei projetos de minha iniciativa que mudaram o País, como foi o caso da abertura dos investimentos no pré-sal”, afirmou o tucano.
O PSDB já marcou para 4 de março as prévias que definirão o nome que encabeçará a chapa tucana no pleito presidencial. Além de Alckmin, disputa a nomeação o prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto. Ainda assim, FHC dá como certa a vitória do governador paulista na disputa. “Tem vários que são bons, mas quem tem mais chance nesse momento, quem pode levantar a bandeira, em nome do PSDB, é o Alckmin”, disse.
A decisão de Serra tem repercussão em São Paulo. É que a disputa pelo governo do Estado dentro do PSDB deverá ficar restrita ao prefeito João Doria, ao cientista político Luiz Felipe d’Ávila, ao secretário de Desenvolvimento Social de São Paulo, Floriano Pesaro, e ao ex-senador José Aníbal.
Lula e Bolsonaro – Diante do bom desempenho do ex-presidente Lula e o deputado Jair Bolsonaro em pesquisas de intenção de voto, FHC explicou que o espaço segue aberto para uma candidatura de centro. “Acho que há todas as condições para ter um candidato de centro qualificado, que tenha história e posição.”
O ex-mandatário manifestou preocupação de que o vencedor do pleito presidencial possa ter inclinações autoritárias. “Há um clima que é propício a isso, nós já tivemos experiências dessa natureza. É preciso que haja também outras pessoas capazes de dizer de uma maneira direta, que toque nas pessoas, mas que respeite algumas regras da democracia, do bem-estar, que tenha compromisso com o País e não só com a vitória”, afirmou FHC. “Temos que olhar com muita atenção o desenrolar dessas eleições, porque pode haver, mal comparando, um Hitler, como pode haver um Trump ou pode haver um Macron.”
Julgamento de Lula – O julgamento do recurso apresentado pela defesa de Lula ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), marcado para a próxima quarta-feira, 24, no caso do triplex do Guarujá, não deverá ser pautado por critérios políticos, entende o líder tucano. “Eu espero só uma coisa: que a Justiça seja correta. Qual é a prova e, se tem prova, condena. Se não tem, absolve. Eu não conheço o processo. O juiz vai ter que explicar, fundamentar o voto”, declarou FHC.
Uma das mais importantes discussões entre o ano passado e o início de 2018, a reforma da Previdência é necessária ao País, reforçou FHC, para quem o governo deve deixar claro à população que as mudanças propostas ajudam a combater privilégios.
Com informações do portal Métropoles
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