O presidente do PSB, Carlos Siqueira, decidiu expulsar nesta terça-feira, 18, o prefeito de Chapecó (SC), Luciano Buligon, do partido. O motivo é a decisão de Buligon de anunciar apoio para a candidatura do presidenciável do PSL nas eleições 2018, Jair Bolsonaro, algo que foi vetado pelo Congresso do partido no início das eleições.
Na Paraíba, um dia antes, na segunda-feira (17), O governador Ricardo Coutinho (PSB) atacou o discurso de estímulo à violência, segundo ele, pregado pelo candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL). Para o socialista, o povo brasileiro deverá repudiar o extremismo. Ele ainda garantiu apoio a Fernando Haddad (PT) ou a Ciro Gomes (PDT) no segundo turno.
Resta saber se PSB paraibano vai rejeitar os votos de eleitores de Bolsonaro que também apoiam o candidato o candidato a governador João Azevedo.
Caso Chapecó
Buligon já havia usado as redes sociais para se manifestar em favor de Bolsonaro por ocasião do atentado contra o candidato, em 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG). Mas foi além e marcou nesta semana um evento para anunciar o apoio oficial ao presidenciável do PSL. Diante das notícias, Siqueira ligou para o prefeito de Chapecó e questionou sobre essa decisão. Na conversa, Luciano Buligon confirmou que passará a pedir votos para Bolsonaro.
Em agosto, quando realizou seu Congresso Nacional, o PSB decidiu liberar seus candidatos e os deixou livres para escolhessem quais candidatos à Presidência apoiariam. A única restrição da Executiva foi vetar qualquer apoio justamente a Bolsonaro, o que não seria aceito em “hipótese alguma”.
“Neste contexto, a decisão do senhor prefeito de Chapecó de apoiar o candidato do Partido Social Liberal consiste em iniciativa que afronta decisão colegiada máxima do PSB, fato que enseja a expulsão, sumária. Considerados, portanto, a gravidade da situação que se apresenta e a fidelidade histórica do PSB a seus princípios programáticos e político-ideológicos, que não admite nem mesmo a mais remota proximidade com a extrema-direita, procedo à expulsão do Sr. Luciano Buligon, dos quadros do Partido”, escreveu Carlos Siqueira em sua decisão.
Segundo o presidente do PSB, a ideia do partido é de que a expulsão sirva como alerta a outros filiados.
Leia a nota completa abaixo:
“O Partido Socialista Brasileiro (PSB) deliberou, em seu Congresso Nacional, Eleitoral realizado no dia 5 de agosto do corrente ano, que apoiaria candidaturas de centro-esquerda nas eleições presidenciais, uma vez não se apresentaria ao pleito com projeto próprio.
Na mesma oportunidade, o partido definiu que não admitiria em hipótese alguma apoio a candidaturas de direita do espectro político-partidário, com destaque para aquela liderada por Jair Bolsonaro.
Cumpre observar que o Congresso Nacional, instância decisória máxima no âmbito do PSB, estabeleceu por meio da Resolução Política ser vetado […] rigorosamente a qualquer membro ou seção partidária, o apoio à candidatura do deputado Jair Bolsonaro […] pelo que ela representa de ameaça à democracia e aos direitos humanos.
Neste contexto, a decisão do senhor prefeito de Chapecó, Santa Catarina, Luciano Buligon, de apoiar o candidato do Partido Social Liberal consiste em iniciativa que afronta decisão colegiada máxima do PSB, fato que enseja a expulsão sumária. Considerados, portanto, a gravidade da situação que se apresenta e a fidelidade histórica do PSB a seus princípios programáticos e político-ideológicos, que não admite nem mesmo a mais remota proximidade com a extrema-direita, procedo à expulsão do Sr. Luciano Buligon, dos quadros do Partido, ad referendum da Comissão Executiva Nacional.
Brasília-DF, 18 de setembro de 2018.
CARLOS SIQUEIRA
Presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro – PSB”
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