O ex-deputado federal, sobrinho do senador José Maranhão (MDB), Benjamim Maranhão, apontado como uma espécie de ‘cérebro’ de um esquema que teria fraudado R$ 45 milhões em licitações na Paraíba, segundo investigações da Operação Poço sem Fundo, deflagrada no último dia 25 de novembro, foi monitorado pela Polícia Federal, revela a revista Crusoé. A PF monitorou a entrega de R$ 35 mil em propina para o ex-parlamentar.
Conforme a publicação, o ex-deputado do MDB foi nomeado, em abril de 2019, para o cargo de diretor-executivo da Anater (Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural) por Jair Bolsonaro, mas acabou exonerado em 28 de maio deste ano para concorrer às eleições municipais em Araruna, terra natal de sua família.
As investigações revelaram que o ex-deputado Benjamin Maranhão teria utilizado de seu cargo, através da liberação de recursos por meio de emendas parlamentares para a cidade de Araruna, cuja ex-prefeita é sua mãe, Wilma Maranhão e que também tenha influenciado na escolha dos coordenadores do Incra-PB, Alberto Kelly, e Dnocs-PB, Alberto Gomes, para a viabilização das dispensas de licitação.
Há indícios de remessa de valores entregues a Benjamin, seja pela entrega em espécie em sua residência, como também por transferências realizadas por intermédio da conta de seu secretário parlamentar, R$ 35.000,00, enviados pelo empresário Severino Pimentel, dono da Cesan Construtora e Empreendimentos Santo Antônio LTDA.
De acordo com a investigação, “os processos de dispensa de licitação nº 3/2016, no valor de R$ 1.963.926,49, que tem como favorecida a empresa Cilvetec e 4/2016, no valor de R$ 3.843.747,12, que tem como favorecida a Impertec, foram o escopo inicial da investigação”.
A investigação aponta que o Incra-PB contratou de forma fraudulenta as duas empresas para a perfuração de poços. Um dos municípios abrangidos pelas obras foi o de Araruna o qual, por sua vez, contratou em período contemporâneo a Civiltec para obra similar, mediante financiamento por convênio firmado com o Ministério da Integração Nacional.
A Controladoria Geral da União (CGU) “apontou indícios de sobreposição dos serviços contratados pelo Incra-PB, com os serviços contratados por outros órgãos, como Dnocs-PB e município de Araruna, eis que, em período contemporâneo aos contratos do Inccra-PB, as empresas investigadas realizaram serviços similares para o Dnocs-PB e para a referida prefeitura”.
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