O ex-secretário Ivan Burity, preso na quinta fase da Operação Calvário, deflagrada no último dia 09 deste mês, acusado de ser um dos ‘arrecadadores’ de propinas pagas por empresas que tinham contratos durante os governos do PSB, foi ‘agraciado’ com um parecer favorável do Tribunal de Contas do Estado ao seu pedido de aposentadoria. Procurador do Estado, Burity teve a sinalização positiva ao seu pleito a partir do voto do conselheiro substituto Antônio Gomes Vieira Filho, relator do feito, dentro da 1ª Câmara do TCE.
Antônio Gomes Vieira Filho, curiosamente, é o indicado pelo governador João Azevêdo (PSB) à vaga para o cargo de conselheiro em decorrência do falecimento de Marcos Costa, no dia 9 de agosto. Em mensagem ao presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino, o governador João Azevêdo, de quem Ivan Burity foi auxiliar até ser preso na Calvário, formaliza a indicação de Antônio Gomes Vieira Filho para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB). O documento foi enviado na segunda-feira (14).
Vale salientar que o voto de Antônio Gomes foi acompanhando o Parecer da Auditoria.
Operação – Em nova fase da Operação Calvário, resultado especialmente da delação do ex-assessor Leandro Nunes Azevedo, a força tarefa cumpriu vários mandados de busca e apreensão, mas especialmente prendeu o secretário Ivan Burity (Executivo de Desenvolvimento e Turismo do Estado).
As investigações tiveram como foco, especialmente, as ligações incestuosas de integrantes do governo Ricardo Coutinho com a organização social Ipsep (Instituto de Psicologia Clínica e Educacional), considerada um braço da Cruz Vermelha gaúcha, que tinha contratos de terceirização nas áreas de Saúde e Educação.
Pelas investigações, Ivan teria sido o elo de propina com essa OS e teria trazido, apenas numa oportunidade, de R$ 1,2 milhão em especie de Curitiba, num avião fretado, segundo Leandro. O dinheiro foi utilizado para irrigar a campanha do então candidato à reeleição, Ricardo Coutinho.
A operação se deu a partir dos mandados expedidos pelo desembargador Ricardo Vital de Almeida, e teve como alvos, além de Ivan Burity, as prisões preventivas de Jardel Aderico da Silva e Eduardo Simões Coutinho, afora 25 mandados de busca e apreensão, na Paraíba (João Pessoa, Santa Rita e Mataraca) e mais quatro Estados, inclusive na sede do Ipcep.
Mandados – Os alvos dos mandados de busca e apreensão foram os (ainda) secretário Aléssio Trindade de Barros (Educação), José Arthur Viana Teixeira (executivo da Educação) e Ivan Burity de Almeida, Pousada de Camaratuba (pertencente a Ivan), empresa Conesul, Márcio Nogueira Vignoli, Hilário Ananias, Editora Grafset, Vladimir dos Santos Neiva (dono da Grafset), J.R.Relacional (Ribeirão Preto e Maceió).
Também Jardel da Silva Aderico, Antônio Carlos de Souza Rangel, Henaldo Vieira da Silva, Giovana Araújo Vieira, Mário Sérgio Santa Fé da Cruz, Eduardo Simões Coutinho, José Aledson de Moura, Ipcep e Brink Mobil Equipamentos Educacionais, como sedes em Colombo, Curitiba e Campina Grande do Sul (PR), além de São Paulo (SP).
Com informações do blog do jornalista Hélder Moura
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