O senador José Maranhão, pré-candidato ao governo do Estado pelo MDB, protagonizou mais uma proeza ao revelar que aguarda o apoio do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), à sua pretensão de voltar a ocupar o Palácio da Redenção pela quarta vez e aos 85 anos de idade. Sem reconhecer os compromissos assumidos com o próprio prefeito nas eleições de 2016, quando o partido do senador encaminhou o apoio em 2018 ao indicar para a vaga de vice o então deputado federal Manoel Júnior, Maranhão disse que “é legítimo o MDB esperar uma aliança, até em retribuição aos apoios que já deu em outras oportunidades ao prefeito Luciano”.
Sem vencer uma eleição para governador há duas décadas e acostumado a protagonizar memoráveis e incontáveis vitórias na Paraíba nos anos 80 e 90, o PMDB, que abreviou em uma letra sua denominação e hoje atende pela sigla MDB, caminha para repetir a sua trajetória de coadjuvante nas eleições deste ano, mais uma vez servindo de tamborete para outros partidos e projetos. O partido, que foi buscar no passado a sua “redenção”, esquece que o seu candidato, o senador José Maranhão, foi o mesmo que entrou para a história sendo o único governador do estado a perder a sua própria reeleição, em 2010, e certamente não lembra o melancólico quarto lugar na eleição para prefeito da Capital e a terceira colocação para o governo, em 2014.
A julgar pelas últimas declarações de José Maranhão, durante entrevista ao Portal ParlamentoPB, da jornalista Cláudia Carvalho, não há mais qualquer dúvida de que o presidente estadual do MDB assumiu de vez o papel de figurante nas eleições estaduais deste ano, apesar da pré-candidatura. Aliás, na entrevista, Maranhão, que aos 84 anos tenta voltar ao governo pela quarta vez, diz, ao comparar a sua relação com Ricardo e o prefeito de João Pessoa também pré-candidato a governador, Luciano Cartaxo (PSD), ter um melhor relacionamento com o governador, que sempre o respeitou.
A resposta de Maranhão é contrassenso, já que o próprio Ricardo Coutinho chegou a reverberar inúmeras vezes ter recebido Estado quebrado das mãos do emedebista, em 2011.
Em agosto de 2012, durante a campanha para prefeito de João Pessoa, quando Maranhão foi o quarto colocado, atrás de Luciano Cartaxo (vencedor), Cícero Lucena (PSDB) e Estela Bezerra (PSB), Ricardo acusou o senador de “querer quebrar a prefeitura, assim como fez com o Estado”. O governador também insinuava que Maranhão era velho e Estela (sua candidata) o novo, a modernidade.
“Eu tenho escutado a opinião de alguns adversários. Hoje mesmo escutei um que acha pouco ter sido três vezes governador, acha pouco ter quebrado o estado em 2010, ainda quer a chance de voltar e talvez fazer a mesma coisa na prefeitura de João Pessoa agora em 2013. E ainda expressa um medo terrível de Estela, mas sabem por que? Porque existe uma diferença enorme de concepção, de modernidade, no pensar, no agir, no falar. É isso que está em jogo”, disse Ricardo à época, de forma “muito respeitosa”, sobre Maranhão.
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