O modelo de Organização Social instituído na Paraíba durante os governos do PSB devem ter sequência com o governador João Azevedo (PSB), apesar de todas as denúncias de corrupção em apuração pela Operação Clavário, cuja força tarefa investiga um suposto desvio de quase R$ 2 bilhões por meio de contratos mantidos com a Cruz Vermelha, filial gaúcha, que administra o Trauma da Capital. Em contato com a imprensa nesta quinta-feira (7), em Campina Grande, Azevedo anunciou a antecipação da seleção para organizações sociais interessadas em administrar os hospitais de Trauma, de João Pessoa; Metropolitano, de Santa Rita, e Regional, de Mamanguape.
Coincidência ou não, as três instituições de saúde foram alvos de intervenção no dia 25 de janeiro deste ano, por determinação do socialista. Elas possuem contrato com a Cruz Vermelha Brasileira, filial Rio Grande do Sul, e o Instituto de Psicologia Clínica, Educacional e Profissional (IPCEP).
Na agenda em Campina Grande, João Azevedo foi questionado sobre a possibilidade de prorrogar a intervenção nos hospitais quando acabar o prazo de 90 dias. Ele disse então que as medidas a serem adotadas em relação às duas instituições vão depender do relatório que será feito pelos interventores nomeados para comandar os três hospitais. Apesar disso, lembrou que os contratos serão encerrados em junho deste ano. Por conta disso, determinou que sejam abertas seleções para novas OS’s ainda neste mês.
“O relatório da intervenção é que vai trazer a indicação de qual posição nós deveremos tomar. Como estes contratos também já terminam agora em junho, a nossa determinação é que a gente já inicie um processo de seleção de novas OS’s já a partir de agora, do mês de março”, ressaltou o governador.
Entre 2011 e o fim do ano passado, segundo levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE), as duas instituições, juntas, movimentaram mais R$ 1,1 bilhão em recursos do governo da Paraíba. A Cruz Vermelha e o IPCEP também são alvos de denúncias de corrupção feitas pelos Ministérios Públicos da Paraíba e do Rio de Janeiro. Há acusações, inclusive, de pagamentos feitos a agentes públicos na Paraíba. A segunda etapa da operação Calvário resultou, entre outras medidas, na prisão do ex-assessor do governo, Leandro Nunes Azevedo, solto nesta semana.
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