A política, diferentemente da matemática ou mesmo da estatística, não é uma ciência exata, daí a dificuldade em cravar um resultado sobre algo que ainda está para acontecer. No mínimo, o que se pode fazer é projetar, num claro exercício de cenário, embora muitos dirão se tratar de futurologia.
Tudo isso é para ilustrar o argumento de que Progressistas e Republicanos não cabem mais no mesmo espaço. Em virtude de uma série de interesses, sobretudo a projeção de poder de parte a parte, as duas legendas não se toleram mais, porque seus líderes ambicionam projetos diferentes, a começar pelo fato de que um quer devorar o outro.
E é nesse cenário que o governador João Azevêdo (PSB) terá que ser muito habilidoso para não dar motivo para um ou outro ir embora, assim como melodicamente cantaria o saudoso Tim Maia. E é aí que o gestor terá que fazer conta, matemática mesmo, para aferir o que um ou outro poderá oferecer mais.
O Republicanos, que já não vota no candidato a senador do governador, comanda importantes cidades, embora nenhum grande colégio eleitoral, o que pode facilitar o trabalho do governo, caso resolva mesmo ir embora. Já o Progressistas, não. O partido de Aguinaldo, Cícero Lucena e companhia comanda a Capital, Santa Rita e tem forte influência, com a força de aliados, de cidades importantes da chamada região metropolitana.
É nessa balança que pesar o apoio de um e de outro. O nome do candidato ou candidata a vice do governador pode ajudar bastante João Azevêdo, sobretudo se for alguém que consiga oferecer atributos que potencialize a capacidade de presença do governador junto às pessoas, porque essa será uma campanha eminentemente de rua e de redes sociais.
João Azevêdo parece ter feito essa mesma avaliação. Os últimos gestos e sinais vão nessa direção. O Progressistas deve mesmo indicar o vice ou a vice, já que o nome pode ser o de uma mulher. Ao Republicanos, que já indicou, por vias oblíquas, um senador, cabe decidir se vai com ele por inteiro ou pela metade, como já vem agindo desde então.
O tempo dirá muita coisa sobre isso e outras coisas mais, porque, afinal de contas, o jogo está apenas começando e as próximas cartadas podem ser decisivas, para um lado ou para o outro.
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