O jornalista Ivandro Oliveira, diretor de conteúdo do Portal, em mais um escrito ao Tá na Área, comenta o secretariado do novo governo e observa que o anúncio dos primeiros nomes da administração que inaugura em 1º de janeiro de 2019 testificou a clara e inequívoca certeza de que Ricardo Vieira Coutinho continuará a exercer o mesmo protagonismo dos últimos oito anos, agora sem o fardo do ônus dos desgastes oriundos de eventuais equívocos na gestão, uma situação para lá de confortável e que permitirá ser uma espécie de governador de fato.
Confira:
João, Ricardo e o ‘museu de grandes novidades’
Por Ivandro Oliveira
O personagem até se esforçou, vestiu figurino, tentou dar forma e até entrou na onda das novas tendências da comunicação, mas o anúncio dos primeiros nomes da administração que inaugura em 1º de janeiro de 2019 testificou a clara e inequívoca certeza de que Ricardo Vieira Coutinho continuará a exercer o mesmo protagonismo dos últimos oito anos, agora sem o fardo do ônus dos desgastes oriundos de eventuais equívocos na gestão, uma situação para lá de confortável e que permitirá ser uma espécie de governador de fato.
Com todos os direitos inerente ao cargo que ocupará nos próximos dias, João Azevedo fez um anúncio lacônico, sem brilho algum e cujo desenho contempla quase que integralmente a equipe atual de Coutinho, com remanejamentos e alterações que de tão pontuais passam imperceptíveis.
Por mais que se recorra ao velho jargão futebolístico de que não se mexe em time que está ganhando, até para se passar a ideia de que o governo é de continuidade, a verdade é que João passou ‘recibo’ ao utilizar o mesmo figurino do seu antecessor, garantindo personagens de proa e tidos como umbilicalmente ligados a Ricardo Coutinho. Difícil acreditar que Gilberto Carneiro (Procuradoria Geral), Livânia Farias (Administração), Valdson Souza (Planejamento) e Amanda Rodrigues (Finanças), apenas para citar esses quatro, deixem de ser menos fiéis ao antigo chefe apenas para agradar o atual.
Na próxima semana, Azevedo promete novos nomes, embora, nos bastidores, as informações circulam em torno da manutenção de figuras carimbadas do atual governo. É bem verdade, e isso não se pode negar, a vitória de João no primeiro turno é o balizador de que paraibanos e paraibanas aprovaram a gestão de Ricardo Coutinho, contudo isso não é o salvo conduto para emendar uma terceira gestão, seja oficial ou oficiosa.
E meio a tantas desconfianças e diante dos primeiros sinais, o quadro que começa a ser pintado coloca Azevedo em papel meramente decorativo e ilustrativo, enquanto seu antecessor continua a mandar no jogo, controlando os jogadores, comandando a arbitragem e sendo dono do campo e da bola.
Como diz Cazuza, em ‘O tempo não para’, “eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades…”.
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