Com a emblemática frase “A Paraíba precisa ser passada a limpo”, a ex-secretária de Administração do Estado, Livânia Farias, divulgou carta na qual nega pressão do Ministério Público da Paraíba para que ela fizesse delação premiada. Como se sabe, ontem, por ocasião de julgamento que terminou por não devolver o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) à prisão, seus advogados de defesa apresentaram cartas supostamente escritas pela ex-auxiliar dos governos do PSB desde os tempos de Prefeitura de João Pessoa, em que relata ter sofrido pressão da Força Tarefa da Operação Calvário, numa clara e inequívoca tentativa de ‘demonizar’ o instituto da delação premiada.
A ex-auxiliar das gestões socialistas, na Paraíba, foi autora de uma das colaborações mais emblemáticas da operação Calvário, que levou para a cadeia mais de 20 autoridades e empresários com contratos com o governo do Estado.
A nota assinada pela ex-secretária foi divulgada horas após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que resultou na manutenção do habeas corpus concedido ao ex-governador Ricardo Coutinho (PSB). A sessão na corte superior foi marcada por citações, durante a análise dos argumentos da defesa, de supostas pressões do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) para que Livânia fechasse acordo de colaboração.
Entre as citações estariam cartas assinadas pela secretária nas quais ela teria feito planos, inclusive, para o próprio funeral. Livânia, na nota, não nega que tenha escrito as “missivas”, mas assegura que elas foram redigidas antes da prisão, quando temia o avanço das investigações da operação Calvário. Elas foram apreendidas, inclusive, durante operação do Gaeco e devolvidas em seguida. A ex-secretária garante que a decisão de delatar foi fruto do livre arbítrio dela.
A operação Calvário investiga a existência de uma suposta organização criminosa que teria desviado mais de R$ 134,2 milhões dos cofres públicos durante as gestões do PSB à frente da prefeitura de João Pessoa e do governo do Estado.
Confira, na íntegra, a nota divulgada por Livânia:
Discussion about this post