O jornalista Merval Pereira, de O Globo, disse que os áudios das conversas dos procuradores e do ex-juiz Sergio Moro foram obtidos por meio de uma ação completamente ilegal e não servem de prova em lugar nenhum do mundo. “A partir daí, a consequência prática não existe”, frisou.
Merval citou o exemplo da operação Satiagraha, anulada porque descobriu-se que usaram grampos ilegais. “A questão maior é a repercussão política, para reforçar a ideia de que Lula foi injustiçado, embora nas conversas não exista nada que o absolva das acusações” e acrescentou: “muitos juristas estão dizendo que não há ilegalidade nas conversas e o próprio site que divulgou diz que não há ilegalidade, mas imoralidade”.
Para Merval, a questão moral é uma discussão mais ampla, difícil de se chegar a uma conclusão, pois cada ato se justifica moralmente ou não. “No Brasil, juízes conversam com as partes e ministros dão opinião; dois ministros do STF já até deram opinião sobre o assunto”, adiantou.
Para ele, “é preciso esclarecer quem e como invadiu os telefones celulares, e até que ponto essa ilegalidade da obtenção das conversas contamina um processo, mas é difícil anular com base em provas ilegais”.
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