Em entrevista concedida à rádio Panorâmica, a médica Micheline Rodrigues, candidata a vice-governadora na chapa de Lucélio Cartaxo, defendeu mais uma vez a integração entre a capital e o interior do estado, apresentando como exemplo a realidade de Campina Grande, que, junto com muitas outras cidades, não teve nenhum convênio com o governo estadual nos últimos oito anos.
Micheline citou que “durante a recente crise hídrica pela qual passamos, até a água para o Hospital de Trauma era fornecida pela Prefeitura de Campina Grande, quando essa responsabilidade era do governo, que recebeu verbas para isso e não ajudou em nada no enfrentamento da falta d´água na cidade”.
Sobre o tema “Obras Estruturantes”, a candidata apresentou como exemplo o polo de moda que será construído no complexo Aluízio Campos, que não recebeu nenhum apoio do governo estadual e deverá atrair para a cidade centenas de lojas e fábricas do setor têxtil e calçadista.
Micheline também citou a necessidade da duplicação da BR 104, como forma de melhorar a mobilidade e possibilitar um maior e melhor fluxo de pessoas e mercadorias, fortalecendo a economia e levando desenvolvimento a outras cidades.
Ao falar sobre Educação, Micheline Rodrigues lembrou que a Paraíba foi o estado do Nordeste que mais fechou escolas nos últimos anos e que essa irresponsabilidade do governo tem refletido negativamente nos índices de desempenho dos alunos, com o aumento da taxa de analfabetismo e o fracasso do estado na avaliação do IDEB, enquanto Campina Grande e João Pessoa cumpriram e ultrapassaram a meta estabelecida pelo Ministério da Educação.
Sobre o tema Servidor Público, a candidata ressaltou a importância de estabelecer um diálogo verdadeiro com todas as categorias, que são muito mal tratadas pelo atual governador. “É preciso fortalecer os servidores concursados e enxugar a máquina do estado, retirando os funcionários-fantasmas e diminuindo o número de contratados e codificados, que são pessoas que trabalham para o estado sem concurso e que sequer é possível saber quem são e onde prestam serviços”.
Além disso, segundo Micheline, é preciso rever a política atual, onde o servidor que se aposenta perde quase metade de seu salário, para que os servidores que atingiram o tempo de serviço possam se aposentar com dignidade e abrir vagas através de concursos, fazendo com que novos servidores possam ser contratados, melhorando a qualidade do serviço público e diminuindo o desemprego na Paraíba.
Micheline também citou a UEPB e alertou que se o candidato do governador fosse eleito, a universidade correria o risco de fechar suas portas, pois o orçamento que foi estabelecido para 2019 não é suficiente nem para pagar os salários dos servidores e professores, faltando ainda toda a parte de manutenção e investimentos.
Ela defendeu rever o valor no orçamento do próximo ano, para que a universidade consiga voltar a funcionar normalmente, e respeitar a Lei de Autonomia, abrindo um grande diálogo estadual com os setores da universidade, a sociedade, o governo, o judiciário e o legislativo para estabelecer qual a UEPB que a Paraíba quer e o que a universidade pode fazer pelo estado a partir da garantia dos recursos aos quais tem direito.
Sobre Segurança Pública, Micheline apontou a diferença entre o discurso do governo e a realidade, onde as pessoas não conseguem andar tranquilas nas ruas de nenhuma cidade e nem na zona rural do estado sem o temor de serem assaltadas.
Ela deu o exemplo dos inúmeros estabelecimentos em toda a Paraíba onde os comerciantes trabalham atrás de grades, enquanto os assaltantes circulam livremente, e lembrou também das cidades que tiveram suas agências bancárias explodidas, forçando as pessoas a viajarem a outras cidades para receber seus salários e por lá mesmo fazerem suas compras, gerando crise e desemprego em suas cidades de origem.
Sobre a campanha, Micheline disse que está muito satisfeita com a receptividade das pessoas e que por onde anda tem confirmado o sentimento de que “o atual modelo de gestão não consegue mais atender as necessidades do estado e agora os paraibanos querem um governo que tenha um jeito diferente de cuidar do estado, olhando para todas as regiões e focando a administração no atendimento às necessidades e anseios das pessoas e não apenas para fazer a vontade do governante”.
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