O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, mostrou, em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, na noite de ontem, mostrou que está preparado para todo o tipo de embate. Com questionamentos muito mais voltados a exumar ‘defuntos’ dos tempos em que o ministro era o juiz da Lava Jato, boa parte feita por representantes de veículos de comunicação pouco ou nada simpáticos ao governo que representa, Moro soube se desvencilhar de temas mais embaraçosos, não caiu na armadilha de bater de frente do o próprio Bolsonaro, e ainda respondeu, até de forma dura, os recentes ‘gracejos’ ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.
Sergio Moro negou que houve manipulação ou falsidade na divulgação do famoso áudio entre os ex-presidentes Lula e Dilma que foi apontado como tentativa de obstrução da Lava Jato.
Ao rebater fala de Gilmar Mendes sobre o caso, o ministro da Justiça afirmou que o ministro do STF deve assumir o fato de ter suspendido a posse de Lula como ministro da Casa Civil de Dilma. “É muito fácil [afirmar:] ‘2016, ah, não tenho culpa nenhuma, fui manipulado’. Não existe nada disso. Ele [Gilmar] tomou a decisão dele na época, ele assuma a responsabilidade pela decisão que ele tomou. Nada ali foi objeto de manipulação ou qualquer espécie de falsidade”.
Moro disse que não existem razões obscuras para a publicidade da interceptação que alcançou os petistas e rejeitou a tese de que o áudio teve influência no processo de impeachment de Dilma.
Segundo o ministro da Justiça, o que foi verificado na época foi a tentativa de obstrução da Justiça com a posse de Lula como ministro de Dilma. Moro afirmou que o que se entendeu, da PF e do MP, é que os áudios deveriam vir a público, sendo que não é responsabilidade do juiz verificar se ia ter reflexo no impeachment ou não.
“Tornei público. Pode olhar a decisão e dizer concordo ou não. As razões estão lá. Não existem razões obscuras”, afirmou.
Moro ainda disse que um diálogo entre Lula e Temer foi superdimensionado. “O ex-presidente Lula ia falar para Michel Temer que está querendo escapar da justiça? Acha que ia falar isso?Francamente”.
O ministro da Justiça rejeitou ainda que tenha influenciado as eleições de 2018 ao autorizar a divulgação do depoimento de Antonio Palocci.
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