A argamassa da democracia é a liberdade de pensamento e opinião, e, como diria o saudoso ex-governador e ex-senador José Targino Maranhão, a base de tudo é convivência entre os contrários, de forma harmônica e sem quaisquer amarras. Na política, em que quem ganha, governa, e quem perde, vai para oposição, a existência de um bloco que faça o contraponto, a crítica, não a por si mesma, mas que construa algo positivo para a sociedade, é fundamental, inclusive para quem está no comando de uma cidade, estado ou país.
Neste sentido, a oposição é vista como um componente vital para o funcionamento saudável e democrático de uma casa legislativa, contribuindo para a representatividade, a prestação de contas e a eficácia governamental. Contudo, na Paraíba, terra de tantos e memoráveis embates políticos, não é o que acontece nos últimos anos na sua principal casa parlamentar, a Assembléia Legislativa.
E para piorar a situação, a minoritária bancada de oposição na Casa de Epitácio Pessoa, que pouco ou nada tem feito contraponto à gestão estadual, salvo raríssimas exceções, também não tem conseguido sequer se reunir para escolher quem a lidere ou se proponha a fazê-lo.
Com mais de um mês da retomada do chamada ‘ano legislativo, a bancada não tem um líder e ainda não disse para que veio desde o ano da graça de 2023, quando novas e até velhas caras passaram a sentar nas acolchoadas cadeiras da Assembleia Legislativa. Bom, muito bom, ótimo, excelente para o governador João Azevêdo (PSB), que já faz uma administração bem avaliada pelos paraibanos, e caminha para ser uma espécie de unanimidade, isso após pacificar as relações políticas e institucionais na Paraíba, transformando o que era tão inóspito e beligerante, num ambiente harmônico e respeitoso entre os poderes, os atores políticos e a própria sociedade.
O fato é que reunião interna do grupo oposicionista para a escolha do novo líder, prevista para ontem, foi remarcada para a próxima terça-feira, correndo sério risco de nada ser definido. Perde a Paraíba, porque, como assinalamos, a oposição desempenha um papel crucial na fiscalização do governo, exigindo transparência e responsabilidade, e oferecendo luz ao debate das idéias, algo tão importante para o exercício da política.
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