O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicou o funcionário de carreira Carlos Antônio Vieira Fernandes para presidir a Caixa Econômica Federal. O nome chegou ao Palácio do Planalto, mas o martelo não foi batido. Lira tomou a decisão há cerca de 15 dias. Aliados do deputado no Congresso e integrantes do governo esperam a volta dele a Brasília para definir o assunto em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O deputado embarcou para uma viagem à Índia e à China no dia 10 e retorna ao Brasil no dia 22 de outubro. A indicação do nome se deu em meio a negociações do Planalto para atrair o PP e o centrão para a base do governo e ocorre como um desdobramento da recente minirreforma ministerial promovida por Lula.
Fernandes é paraibano, economista, integra os quadros do banco, foi diretor-presidente da Funcef (Fundação dos Economiários Federais), o fundo de pensão da Caixa, e comandou ministérios em gestão petista.
Ele chegou à secretaria-executiva do Ministério da Integração Nacional em 2012, quando o PP ocupou a pasta. O ministro era Aguinaldo Ribeiro.
No fim de 2013, Fernandes foi secretário-executivo do Ministério das Cidades, também durante gestão de Aguinaldo, e seguiu no posto quando Gilberto Occhi, também ligado ao PP, tornou-se ministro.
No mesmo cargo, Fernandes acompanhou a ida de Occhi para a pasta da Integração Nacional, em 2015. Era o primeiro ano do segundo mandato de Dilma.
O nome indicado agora por Lira a Lula chegou a assumir interinamente o cargo de ministro das Cidades e da Integração. Mas foi demitido por Dilma no momento em que o PP começava a desembarcar do governo para apoiar o processo de impeachment, que culminou com a queda da petista em 2016.
No período em que atuou nos ministérios, também foi nomeado para os conselhos de administração das estatais Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre) e CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos).
Aliado de Lira, Fernandes integrou também a gestão de Michel Temer (MDB). Foi nesse período que presidiu a Funcef, quando a Caixa era comandada por Occhi. Ele ocupou o cargo até o começo da gestão de Pedro Guimarães. Fernandes assumiu a Funcef após o órgão mudar a sua diretoria em meio às investigações da Operação Greenfield.
A avaliação feita por integrantes do PP é que Lira optou por alguém com experiência na área, já que a Caixa praticamente equivale a um ministério.
O PP pediu que o banco fosse entregue de “porteira fechada”, isto é, que o partido pudesse indicar todas as 12 vice-presidências.
Com informações da Folha de São Paulo
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