O parlamento da China aprovou neste domingo (11) uma emenda constitucional que elimina os limites do mandato presidencial, permitindo que o presidente Xi Jinping permaneça no cargo por tempo indefinido. A medida já era esperada. Num contexto de autoridade, repressão e maioria no parlamento, ninguém tinha dúvida da aprovação.
Com a possibilidade de um cargo vitalício, o presidente que já controla a mídia e a internet — além de reprimir a sociedade civil e elaborar um culto à sua personalidade — ganha o poder que considera necessário para transformar a China em uma poderosa e influente superpotência.
Seu poder ilimitado também o deixará mais à vontade para a eliminação de funcionários corruptos e de opositores dentro do Partido Comunista Chinês, já que desde sua chegada ao poder em 2012, Xi concentrou os poderes e descartou seus principais rivais.
O socialismo de Xi Jinping, no entanto, é “à chinesa”. Apesar de ser um dos maiores líderes comunistas desde Mao Tse-tung, fundador do regime, ele está longe de acenar para iniciativas anticapitalistas.
Tanto é que, na abertura do Congresso do Partido Comunista Chinês,em outubro de 2017, ele proclamou repetidamente uma nova era para a economia do país, com maior abertura e respeito aos interesses das empresas estrangeiras na China.
“A abertura traz progresso para nós, enquanto o isolamento nos deixa atrasados. A China não fechará suas portas para o mundo, estaremos cada vez mais abertos”, disse, na ocasião.
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