O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Rogério Galloro, se reuniu na tarde deste sábado (8), em Brasília, com coordenadores de campanhas para tratar da segurança de candidatos à Presidência da República. O convite para a conversa partiu da própria direção da PF e foi encaminhado aos comitês de campanha dos presidenciáveis que solicitaram proteção da corporação.
A reunião acontece dois dias depois de o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, levar uma facada na região abdominal durante um evento de campanha na cidade de Juiz de Fora, interior de Minas Gerais.
“Durante o encontro, os representantes foram informados que, em decorrência da elevação do nível de alerta provocado por evento crítico no decorrer de campanha, haverá aumento do efetivo policial colocado à disposição das equipes de segurança. Aos responsáveis pelas campanhas dos candidatos foram reafirmados os critérios de atuação, as orientações e os protocolos adotados pela PF”, diz trecho de nota divulgada pela assessoria da corporação ao final do encontro com os coordenadores de campanha.
Após o ataque a Bolsonaro, o presidente da República, Michel Temer, solicitou à PF reforço na segurança de candidatos à Presidência. Cada candidato a presidente da República tem direito a uma equipe de segurança de até 21 policiais federais especializados em dar proteção a autoridades.
Segundo o Ministério da Segurança Pública, antes mesmo do ataque, Bolsonaro já tinha a maior das equipes de segurança entre os presidenciáveis. São 21 policiais federais, sendo que 13 deles estavam acompanhando o candidato durante o atentado. Outros 50 policiais militares reforçavam a segurança do candidato do PSL em Juiz de Fora.
Além de Bolsonaro, outros quatro presidenciáveis solicitaram segurança da PF durante a campanha: Alvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede).
Em ato de campanha neste sábado no centro de São Paulo, Marina afirmou que não vai solicitar à PF reforço em sua equipe de segurança.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta sexta-feira (7) que, muitas vezes, os candidatos não seguem o protocolo de segurança indicado pela Polícia Federal. Ele disse esperar que o atentado contra Bolsonaro chame a atenção dos candidatos para os protocolos de segurança.
Segurança para família de Bolsonaro
O presidente nacional do PSL, Gustavo Bebianno, disse neste sábado que o partido solicitou à Polícia Federal segurança para a família de Jair Bolsonaro. Segundo ele, o pedido teria sido negado pela PF.
“Conversei ontem [sexta] com a superintendente da PF em Brasília e foi pedido, foi ratificado esse pedido, e a informação que se tem é que a PF não poderia pedir proteção para a família do candidato, mas só pra ele”, declarou Bebianno em entrevista concedida em frente ao Hospital Albert Einstein, onde Bolsonaro está internado, em São Paulo.
O presidenciável está internado desde esta sexta-feira no hospital da zona sul de São Paulo se recuperando da facada. Segundo boletim da instituição de saúde divulgado na manhã deste sábado, Bolsonaro está consciente e “em boas condições clínicas”.
Filho mais velho do presidenciável, Flávio Bolsonaro postou nesta manhã nas redes sociais uma foto do pai em uma poltrona na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Na imagem, o candidato do PSL aparece fazendo sinal de armas com as mãos.
Presídio federal
Preso por esfaquear Jair Bolsonaro, o mineiro Adélio Bispo de Oliveira, 40 anos, foi transferido neste sábado de Juiz de Fora para o presídio federal de Campo Grande.
De acordo com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Oliveira ficará em uma cela individual de aproximadamente 7 metros quadrados, com cama, banco, escrivaninha, prateleiras, vaso, pia e chuveiro.
Ele ficará isolado, em uma ala destinada a réus colaboradores e presos protegidos pela justiça, ou com risco a integridade física.
Em depoimento à polícia, quando foi preso, Adélio Bispo afirmou que deu a facada em Jair Bolsonaro “a mando de Deus”, segundo boletim de ocorrência.
Adélio também disse que agiu sozinho, sem ajuda de partido político ou empresa. Policiais federais consideraram o depoimento do suspeito como declarações de uma pessoa conturbada.
Além de Adélio Bispo, outras duas pessoas são investigadas pela Polícia Federal neste caso, de acordo com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.
O ministro evitou falar sobre qual seria a motivação do ataque. Jungmann afirmou que a PF está trabalhando com o setor de inteligência para reconstituição dos passos de Adélio Bispo e toda a rede de relacionamentos dele.
G1
Discussion about this post