Os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) continuam ocupando o prédio do Banco do Brasil, onde fica o gabinete da Presidência da República, na Avenida Paulista, região Central de São Paulo. Os manifestantes estão no saguão do prédio desde a tarde da quarta (1º) em protesto contra o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), e contra a suspensão de investimentos no programa Minha Casa, Minha Vida.
Alguns integrantes do movimento também ficaram na calçada durante a madrugada, acomodados em lonas e barracas. Com a chuva que atingiu São Paulo durante a noite, os manifestantes voltaram para o saguão, como mostrou o Bom Dia São Paulo.
No início da manifestação, houve tumulto quando um homem foi detido pela polícia. A confusão começou por volta de 16h30 na esquina da Avenida Paulista com a Rua Haddock Lobo, quando a polícia foi prender um manifestante. O homem, que faz parte do MTST, foi abordado após soltar rojões.
Outros manifestantes foram atrás para tentar evitar a detenção. A polícia usou bombas de gás e spray de pimenta para dispersar a multidão. Uma guarita móvel da PM foi derrubada, e a estação Consolação do Metrô foi pichada.
“Os manifestantes não atenderam às ordens policiais e reagiram. Foram detidas seis pessoas por dano, desacato e periclitação da vida”, disse a Secretaria da Segurança Pública (SSP) em nota. Depois, durante ato contra estupros, outras duas pessoas foram detidas por desacato. Além dos detidos, a PM também apreendeu uma mochila com rojões.
Entre os detidos está a jovem Érika Fontana Sampaio, de 29 anos. Ela levou um mata-leão de um policial depois de chutar uma lixeira que estava no chão.”Resistência com a polícia não teve. Não tem como resistir com dois caras te segurando o pescoço. Teve, sim, é indignação“, disse ao sair do 78º Distrito Policial, nos Jardins.
Em nota, o MTST disse que a “Polícia Militar do estado de São Paulo reprime com violência ocupação realizada agora a pouco pela Frente Povo Sem Medo e o MTST no escritório regional da Presidência da República”.
Segundo Guilherme Boulos, coordenador do MTST, a ocupação não tem prazo para ser encerrada. Ele afirma esperar que a mobilização tenha o mesmo direito que tem sido dado aos manifestantes que ocupam a calçada em frente ao prédio da Fiesp, também na Paulista, há mais de 70 dias. “Seria uma hiprocrisia sem tamanho a policia querer nos tirar daqui. Ha três meses tem gente acampada na Fiesp, nas mesmas calçadas da Avenida Paulista, sendo tratadas com filé mignon e selfie”, afirmou.
Depois do ato do MTST, um protesto que já havia sido convocado contra o estupro foi realizado na Avenida Paulista.
Sem interrupção
O Ministério das Cidades disse que não vai suspender programa Minha Casa, Minha Vida, que seguirá sem qualquer interrupção.
A Secretaria de Segurança Pública informou que as as pessoas foram detidas durante o ato por dano e desacato. Pelo menos quatro já foram liberadas. Um policial ficou ferido durante o protesto.
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