O prefeito de São Paulo, João Doria, venceu a disputa interna do PSDB para que o partido faça sua eleição prévia sobre quem será o candidato ao governo paulista em 4 de março. Essa também é a data em que a sigla vai escolher nacionalmente o seu nome para disputar o Palácio do Planalto.
A decisão do PSDB de São Paulo será oficializada numa reunião do diretório paulista da sigla em 19 de fevereiro, a 2ª feira depois da semana do Carnaval.
Por que essa definição de datas é importante? Por 3 motivos:
• prazo de desincompatibilização – o prefeito João Doria, se quiser ser candidato nas eleições de 2018, precisa deixar o cargo até 7 de abril. O PSDB dará então a Doria tempo suficiente para se preparar —ao fazer as prévias em 4 de março;
• palanques em São Paulo – com o PSDB tendo 1 candidato competitivo para o Bandeirantes, o palanque de Alckmin (possível candidato a presidente) terá de ser o da sua legenda em solo paulista. Fica mais difícil uma composição dos tucanos com o PSB, partido de Márcio França e atual vice-governador de São Paulo, que vai disputar o cargo de Alckmin em outubro;
• nome de reserva para presidente – no fundo, Doria deseja mesmo ser candidato a presidente. Não fala isso em público. Acha apenas que precisa sair da Prefeitura de São Paulo e entrar no jogo —ainda que no início como pretendente ao Palácio dos Bandeirantes. Se por acaso até junho Alckmin não decolar, Doria seria uma espécie de “nome de reserva” do PSDB para assumir a corrida presidencial.
Geraldo Alckmin relutava em permitir a realização de eleições prévias no PSDB em 4 de março para definir o nome do candidato a governador. Ele sabe das pretensões de Doria.
O prefeito reagiu e levou uma tropa de choque a Brasília nesta 4ª feira para impor a sua posição. O deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE) então apresentou uma proposta de recomendar aos diretórios estaduais que aproveitem a data de 4 março para eventualmente fazer prévias locais —até porque isso diminui os custos do processo, com as escolhas nacional e locais sendo na mesma dada.
A partir de agora o PSDB vai se jogar num processo de viabilização de nomes. Alckmin precisa se consolidar acima de 10% ou 15% nas pesquisas até o inicio de abril. Provaria assim que é viável.
Do seu lado, Doria terá de se consolidar como candidato a governador e continuar a divulgar sondagens eleitorais sobre sua eventual viabilidade nacional. Se em maio ou junho o prefeito aparecer na frente de Alckmin em pesquisas de intenção de voto para presidente, forçará a discussão interna na legenda para substituir o governador.
Faz parte desse plano o desejo do presidente Michel Temer de ter 1 candidato para apoiar na disputa. O Planalto hoje não deseja apoiar Alckmin —exceto se a única opção depois da metade do ano. Ao mesmo tempo, Temer tem mantido contatos constantes com Doria, com quem tem excelente relação.
No plano paulista, o MDB tem 1 candidato competitivo hoje, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Ele já concorreu duas vezes ao Bandeirantes e tem hoje perto de 20% das intenções de voto. Mais adiante, na eventualidade de Doria virar candidato a presidente, poderia ser forjada uma aliança —explícita ou tácita— entre tucanos e emedebistas em São Paulo.
Alckmin está montando uma equipe forte e tem ciência sobre os planos de Doria e da rejeição que sofre dentro do MDB. Espera que com seu desempenho melhor nas pesquisas possa debelar as resistências a sua candidatura. No dia 1º de março, participará de 1 debate nas prévias do PSDB ao Planalto com o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, o outro postulante ao cargo. Em seguida, espera uma aprovação expressiva entre os filiados do PSDB na votação das prévias em 4 de março.
Com informações de Poder360.com.br
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