Nesta segunda-feira (07), completa-se um mês da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi condenado a 12 anos e um mês pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex em Guarujá (SP).
O petista está na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR). Nesses 30 dias, governadores, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) e a ex-presidente Dilma Rouseff (PT) tentaram visitá-lo, todos sem sucesso. Os primeiros a conseguir foram o ex-governador petista da Bahia Jaques Wagner e a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT.
Lula também enviou vários recados à militância lidos por Gleisi. Já o acampamento “Lula livre”, perto do local onde o ex-presidente está preso, sofreu ameaças e um ataque a tiros que deixou dois feridos.
Recado
No último recado à militância, o ex-presidente disse que está “tranquilo e sereno”. “Não sei se os acusadores dormem com a consciência tranquila que eu durmo”, afirmou. O recado foi lido pelo Levante Popular da Juventude na vigília Lula Livre, em frente à Superintendência da PF em Curitiba.
“Completam-se 30 dias que estou aqui aguardando que o Moro e o TRF-4 digam qual crime eu cometi”, disse o ex-presidente. No dia 5 de abril, o juiz Sérgio Moro expediu o mandado de prisão. No recado, repassado por seus advogados, o petista afirmou que é vítima de um conluio entre a imprensa e a força-tarefa da Lava-Jato, “que não sabem como sair da emboscada que se meteram com tantas mentiras”.
Lula também disse que tem acompanhado os atos de solidariedade que a militância faz de manhã e de noite. Todos os dias, os manifestantes se reúnem para dar bom dia e boa noite ao ex-presidente. “Não há nada no mundo que possa pagar o carinho que vocês têm demonstrado todo dia. A minha tranquilidade é porque eu tenho vocês.”
TRF-4
O TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) negou na sexta-feira (04) um pedido da defesa do ex-presidente Lula para suspender a condenação do petista enquanto não forem julgados recursos no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no STF (Supremo Tribunal Federal). Lula cumpre pena por corrupção e lavagem de dinheiro.
A defesa pediu que Lula fosse solto e, para isso, alegou que o juiz Sérgio Moro não poderia ter julgado o caso do triplex em Guarujá, já que não tem relação direta com o esquema de corrupção na Petrobras. Segundo os advogados, o suposto crime de favorecimento do ex-presidente por meio de um apartamento pago pela construtora OAS deveria ser julgado no Estado de São Paulo, e não em Curitiba.
Os advogados também apontaram erros no tamanho da pena. Vice-presidente da Corte, a desembargadora Maria de Fátima Freitas Labarrère afirmou que não estavam preenchidos todos os quesitos para conceder a suspensão da condenação, o que faria com que Lula saísse da cadeia.
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