A desfiliação do governador da Paraíba, João Azevêdo, dos quadros do Partido Socialista Brasileiro (PSB), vai parar na justiça, revela o “ParlamentoPB”, da jornalista Cláudia Carvalho, que entrevistou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira (PE). Siqueira informou que a sigla vai acionar Azevêdo na Justiça pedindo a devolução do mandato sob pretexto de que ele traiu os interesses dos socialistas, além de cobrar a devolução de R$ 3.343.307,00 que teriam sido investidos na campanha pela legenda. Não se sabe ao certo se o pedido também consignaria um terceiro mandato para Ricardo Coutinho.
Carlos Siqueira endossou as declarações feitas pelo ex-governador Ricardo Coutinho, dirigente estadual da legenda, de que Azevêdo teria vetado a ida do ex-governador para o comando do PSB da Paraíba, mas negou que esse tenha sido o estopim para a dissolução do diretório anterior. Qualificando o atual governador paraibano de “ingrato”, Siqueira diz supor que ele já estava decidido a deixar o partido no momento em que “criou o conflito” e que “a Paraíba inteira saiba que ele vetou o nome de Ricardo Coutinho para ser presidente do PSB”. A ingratidão, conforme as declarações de Siqueira ao “ParlamentoPB”, decorre do fato de Azevêdo ter sido escolhido e apoiado por Ricardo Coutinho, “seu grande patrocinador, sem cujo apoio ele jamais seria eleito porque nunca teve um voto”.
Carlos Siqueira frisou: “Eu já vi traição na política, mas normalmente demora pelo menos um ano. Ele (João Azevêdo) deveria ter pelo menos a dignidade de devolver o dinheiro que se gastou na campanha dele”. Esta foi a primeira manifestação oficial do dirigente nacional do Partido Socialista Brasileiro a respeito do “racha” ocorrido nas hostes paraibanas, quando Azevêdo tomou a iniciativa de romper com o PSB pelo qual foi eleito em 2018. João Azevêdo enviou uma carta à direção nacional oficializando sua desfiliação e queixando-se de manobras do ex-governador Ricardo Coutinho. A cúpula nacional sempre hipotecou apoio a Ricardo na disputa interna travada na Paraíba e, agora, com as declarações formais de Carlos Siqueira, ameaça acionar a Justiça para obter reparações pela defecção do atual governante paraibano.
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