O desembargador Gebran Neto, do TRF-4, em Porto Alegre, proferiu um voto demolidor e ainda mais contundente que a própria sentença do juiz Sérgio Moro que condenou, em primeira instância, o ex-presidente Lula na Operação Lava Jato. Com quase 450 páginas, o relatório/voto não só atestou que o tríplex do Guarujá foi concedido pela construtora OAS ao ex-presidente como pagamento de propina e foi mais além ao afirmar que o petista era o grande articulador do esquema que saqueou a Petrobras.
“Há prova de que o ex-presidente articulou o esquema na Petrobras”, realçou em seu voto o relator ao apontar Lula como corrupto e Léo Pinheiro corruptor. “O apartamento estava no nome da OAS, porque a construtora era laranja do ex-presidente”, registrou ao garantir, também, o cometimento do crime de lavagem de dinheiro pelo petista.
João Pedro Gebran Neto desmontou a principal tese da defesa de Lula. No voto, ele disse que havia uma conta corrente de propinas na OAS, e que por isso é impossível ligar diretamente o triplex a um contrato em particular da Petrobras. “Um dos pontos equivocados é que parece que estamos a tratar apenas do apartamento. É importante firmar que havia uma conta corrente em que eram lançados crédito e débito, sem que recebesse ativos”.
Gebran Neto também demole o argumento da defesa de que não houve corrupção, mas, no máximo, tráfico de influência da parte de Lula na Petrobras. Lula tinha, conforme analisou, total domínio sobre as nomeações dos corruptos na estatal e dele dependia o esquema, reforça Gebran Neto. “Esquema que alimentou não apenas Lula, mas o Partido dos Trabalhadores”, completou o desembargador.
Por fim, ao manter a sentença por corrupção e lavagem de dinheiro no caso “Tríplex do Guarujá”, o desembargador Gebran Neto aplicou uma pena de prisão de 12 anos e 1 mês de prisão.
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