A reação do Republicanos, partido do deputado federal Hugo Motta, ao anúncio da adesão do Progressistas, do deputado federal, Aguinaldo Ribeiro, e do prefeito da Capital, Cícero Lucena, ao projeto de reeleição do governador João Azevêdo (PSB) é, no mínimo, estranha. A nota, que não diz nada com coisa alguma, embora chame atenção muito mais pela forma do que pelo conteúdo, deflagra um processo de questionamento da aliança do Progressistas com o governador João Azevêdo (PSB), o que pode tornar ainda mais turvo o caminho da reeleição do gestor estadual nas eleições deste ano.
O que mais chama atenção no texto é o trecho em que o partido acentua que “não admitirá ser punido por sua lealdade ao Governador João Azevedo”. Qual seria essa punição?
Não precisa gastar muitos neurônios para aferir que o Republicanos se viu num mato sem cachorro quando o deputado federal Aguinaldo Ribeiro decidiu não encarar a disputa pelo Senado. No mais fiel estilo ‘sai que é tua Taffarel, Aguinaldo devolveu ao Republicanos o ‘pacote’ do Senado, com juros e correção monetária.
O Republicanos contava com a indicação da vice, já que o partido tem um candidato a senador que é Efraim Filho, que fez dobradinha com o tucano Pedro Cunha Lima, candidato ao governo. Com a decisão de Aguinaldo, a ‘bola’ voltou para o Republicanos, que passa a ter a missão de indicar o senador.
Mas, como bem assinalei, a nota diz muito pela forma, não pelo conteúdo, e mostra que o Republicanos entende que o Progressistas não tem a prerrogativa de indicar o candidato a vice e que o governador terá que ampliar essa discussão sob pena comprometer a aliança com a legenda.
Ocorre, contudo, que o movimento do Republicanos é bastante arriscado não para o partido, mas para o governador João Azevêdo. É que esse questionamento feito pelo partido do deputado Hugo Motta pode oferecer as razões necessárias para Aguinaldo, Cícero e companhia lançarem a senadora Daniella Ribeiro (PSD), candidata ao governo, o que comprometeria e muito a reeleição do governador, já que o gestor perderia o apoio do seu principal cabo eleitoral em João Pessoa, sem falar nos prefeitos da região metropolitana da Capital, que certamente migrariam para o projeto da presidente estadual do PSD.
Em que pese o tamanho conquistado pelo Republicanos, o governador sabe que o caminho da reeleição ficaria muito complicado sem o apoio do Progressistas. Por outro lado, uma eventual candidatura de Daniella Ribeiro ofereceria contornos de dramaticidade ao projeto de reeleição, daí a necessidade, a partir de agora, do governador fazer um grande freio de arrumação, colocar as cartas na mesa e dizer em alto e bom som que ele é o condutor do processo e ninguém mais.
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