O ex-governador resolveu quebrar o silêncio e em entrevista à TV Tambaú, no sábado (4), adotou o mesmo script do ‘lulopetismo’, questionou a forma como vem sido conduzida a Operação Calvário, a cargo do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado do Ministério Público Estadual (Gaeco), inclusive com críticas a algumas buscas e apreensões e, claro, se vitimizou. Coutinho, sem dar nome aos bois, disse que querem assassinar a sua reputação e alegou estar sendo alvo de um ‘julgamento antecipado’.
“Eu acho que toda investigação precisa ser feita, mas sem condenar ninguém, sem espetaculização. Uma espetaculização de um mandado de busca e apreensão pode massacrar a vida de uma pessoa. Mas eu não tenho medo se alvo, abriria minhas portas. Meu patrimônio é compatível com minha renda, nunca recebi nada de ninguém”, disse.
Ricardo afirmou, ainda, existir uma corrente de perseguição. “Eu sempre soube que seria. Eu acredito que esse negócio de tentar agradar todo mundo é uma farsa. Eu defendo meus pontos de vista. Existe um ódio acumulado por aquilo que eu represento, aquilo que comandei e pela minha pessoa. Entre o ódio das pessoas, que não tem estrutura para me atingir, prefiro ficar com a verdade”, pontuou
Questionado sobre os mandados expedidos pela Justiça contra os ex-secretários Livânia Farias, Waldson de Souza e Gilberto Carneiro, o ex-governador ponderou. “Eu tenho um afeto pelas pessoas. Reconheço que essas três pessoas tem um trabalho enorme pelo estado, sem ter tempo para dormir. Fazendo tudo que podia ser feito para o estado nessa situação. Eu tenho confiança de que tem muita coisa que foi dita que é falsa”, ponderou.
Na entrevista, Ricardo não foi questionado sobre a suposta propina da Cruz Vermelha que teria sido utilizada na campanha eleitoral de 2014, conforme as investigações do Ministério Público Estadual (MPE).
Vale lembrar, segundo as investigações, que no celular de Michele Cardoso, assessora de Daniel Gomes, da Cruz Vermelha gaúcha e apontado como chefe do esquema, o MP encontrou mensagens de texto comprovando que a propina era utilizada para campanhas eleitorais na Paraíba:
As conversas de Michele Cardoso, a mulher da caixa com dinheiro, revelava o desespero com a provável derrota de Ricardo Coutinho e, consequentemente, o fim do contrato com a Cruz Vermelha:
Mas, o que tem sido motivo de dor de cabeça para Ricardo e aliados próximos é o registro na sentença do desembargador Ricardo Vital, do Tribunal de Justiça, de que a propina apurada pelo Gaeco teria irrigado a sua campanha eleitoral 2014, quando disputou a reeleição. No documento fica explícito que Michelle Louzada Cardozo (secretária particular de Daniel Gomes) fez entrega de dinheiro destinado a campanha eleitoral na Paraíba.
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